A evolução do processo do Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia – está a deixar em suspenso muitas decisões na indústria automóvel europeia. Mas, pela perspectiva que se começa a desenhar de o desenlace ser mais desfavorável à primeira-ministra Theresa May do que esta andou a propalar, são já várias as marcas que começam a pensar em planos alternativos.

Por exemplo, a Mini está já a considerar construir o seu primeiro automóvel eléctrico na Holanda e não na sua principal fábrica, em Inglaterra (Oxford). Aquela que os britânicos ainda vêm como uma marca nacional – apesar de pertencer ao Grupo BMW desde 1994… – deverá lançar o primeiro de vários modelos totalmente eléctricos em 2019, eventualmente inspirado no protótipo Mini Vision Next 100 Concept que aqui mostramos.

Pela incerteza vivida em relação à forma como o Reino Unido sairá da União Europeia, o Grupo BMW estará a ponderar produzir aquele novo modelo na fábrica Nedcar, na Holanda. Unidade que já serve de "reforço" à unidade de Oxford, construindo os Mini de três portas e Cabrio, além do Countryman. A partir de Março será também a Nedcar a construir o Countryman Cooper S E ALL4 que será o primeiro híbrido "plug-in" da Mini.

O problema da Mini – e de outros construtores, inclusive da Nissan que foi o único a receber incentivos para se manter no Reino Unido – é que, se o governo britânico não conseguir manter uma situação de livre circulação de bens na União Europeia após a negociação do Brexit (o que começa a parecer difícil), os carros produzidos no país serão sempre taxados a 10%, à luz das regras da Organização Mundial de Comércio…